Contexto
O Primeiro Reinado (1822-1831) foi marcado por profundas transformações políticas e sociais no Brasil, começando com a independência e culminando na abdicação de Dom Pedro I.
Foi um período de centralização do poder, construção da identidade nacional e forte presença da escravidão na base da economia.
Política
Independência e Coroação
Em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil. Em 1º de dezembro, foi coroado Imperador do Brasil.
Constituição de 1824
A Constituição de 1824 foi a primeira do Brasil, elaborada de forma autoritária por Dom Pedro I após dissolver a Assembleia Constituinte. Ela instituiu o Poder Moderador, que dava ao imperador autoridade máxima sobre os outros poderes — Executivo, Legislativo e Judiciário —, além de estabelecer o voto censitário, limitando a participação política à elite econômica.
Governo Centralizado
Dom Pedro I governava de forma autoritária, centralizando o poder, o que gerava insatisfação entre liberais e líderes regionais.
Reconhecimento Internacional
O Brasil pagou indenização a Portugal para garantir o reconhecimento da independência. A Inglaterra foi mediadora nesse processo.
Crise e Abdicação
Com insatisfação popular, problemas econômicos e políticos, Dom Pedro I abdicou em 1831, dando início ao Período Regencial.
Sociedade
Economia Agrária e Escravidão
A economia do Primeiro Reinado era baseada na agricultura (como café e cana) e dependia da mão de obra escravizada. A sociedade era desigual, com grande concentração de terras e riquezas.
Identidade Nacional
O Brasil tentava se afirmar como uma nação unida e soberana. Foram criados símbolos nacionais e instituições que representassem a nova monarquia brasileira.
Curiosidades
Dom Pedro I era português
Apesar de ter proclamado a independência, Dom Pedro I era filho do rei de Portugal, Dom João VI. Ele nasceu em Lisboa!
Primeira Constituição foi imposta
Ela não foi fruto de uma assembleia democrática. Dom Pedro dissolveu a Constituinte e impôs a versão final, com poderes ampliados para ele.
Abdicação relâmpago
A saída de Dom Pedro I foi rápida e marcada por pressão popular. Ele voltou para Portugal deixar o trono brasileiro para seu filho, Dom Pedro II, ainda criança.
Período Regencial (1831–1840)
O Período Regencial foi um tempo de instabilidade e revoltas no Brasil, como a Revolta dos Malês, a Sabinada e a Guerra dos Farrapos. Foi um momento de crise política, econômica e institucional, que só terminou com o Golpe da Maioridade, em que Dom Pedro II assumiu o trono com apenas 15 anos.
Segundo Reinado (1840–1889)
Transformações Políticas e Econômicas
Com Dom Pedro II no poder, o Brasil passou por grandes mudanças, especialmente com o crescimento da economia cafeeira, modernização e investimentos em infraestrutura liderados por figuras como o Barão de Mauá.
O Papel do Café
O café virou ponto mais lucrativo da economia, financiando estradas de ferro, bancos e até os bondes nas cidades. Foi o combustível da epoca.
Guerra do Paraguai (1864–1870)
Foi o conflito mais sangrento da América do Sul, envolvendo Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai. Apesar da vitória, o Império saiu endividado e o exército fortalecido, o que influenciou o surgimento da República.
Abolição da Escravidão
A luta pela liberdade foi longa e difícil, com leis como a Lei do Ventre Livre (1871) e a Lei Áurea (1888). Porém, os ex-escravizados continuaram marginalizados, sem apoio do Estado.
Guerra do Paraguai (1864–1870)
A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado da América do Sul e um dos momentos mais tensos do Segundo Reinado. De um lado, a Tríplice Aliança: Brasil, Argentina e Uruguai. Do outro, o Paraguai, liderado por Solano López, um dos personagens mais polêmicos da história latino-americana.
O estopim da guerra foi uma mistura de tretas políticas, econômicas e disputas territoriais na região do Rio da Prata. Tudo começou quando Solano López invadiu o Mato Grosso e depois atacou a Argentina e o Uruguai, achando que ia conseguir expandir seu território e se firmar como potência regional. Mas... ele só arrumou confusão com os três vizinhos de uma vez.
O Brasil entrou com tudo, enviando milhares de soldados, navios de guerra e grana. Mas a guerra foi longa, dura e caríssima. Foi nela que nasceu o mito do Exército Brasileiro moderno — mas também o rombo nas contas do Império. O Brasil gastou rios de dinheiro com armas, fardas, alimentação, transporte... e o prejuízo foi pesado.
Consequências:
- O Paraguai perdeu até 90% da sua população masculina.
- O Brasil saiu vitorioso, mas totalmente endividado.
- O exército brasileiro saiu fortalecido e mais politizado, e isso influenciou diretamente o fim da monarquia anos depois.
Muita gente considera essa guerra como o início da decadência do Império. O povo começou a desconfiar do governo, os militares queriam mais poder, e o sistema escravocrata já tava fazendo água. Era o começo do fim.
O Fim do Império
Em 1889, o Império acabou com a Proclamação da República, liderada por Marechal Deodoro da Fonseca. Entre os motivos estavam:
- Conflitos entre Igreja e Estado;
- Força crescente do Exército após a Guerra do Paraguai;
- Insatisfação de ex-senhores de escravos com a abolição.
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